Gastrostomia Endoscópica
O que acontecerá durante o exame ?
O exame será realizado sob sedação ou anestesia sob supervisão de um anestesista, para evitar dor e desconforto por parte do paciente. Após o paciente relaxar e dormir, será introduzido aparelho de endoscopia digestiva alta pela boca para visualização e completa avaliação do esôfago, estômago e duodeno. Posteriormente, será realizada insuflação do estômago para determinar o local de colocação da gastrostomia (geralmente no lado esquerdo do abdômen). Neste local, após desinfecção e anestesia local, será realizado um pequeno corte na pele através do qual introduziremos o tubo de gastrostomia. Após o término do procedimento o paciente retornará ao seu leito de origem.
Quais os riscos do procedimento ?
A gastrostomia endoscópica percutânea inclui procedimento de endoscopia digestiva alta e gastrostomia percutânea por via endoscópcia. Os riscos do procedimento são inferiores àqueles observados com gastrostomia cirúrgica e envolvem os riscos associados ao exame endoscópico e aqueles relacionados à realização da gastrostomia. A endoscopia digestiva é um exame seguro. No entanto, como todo ato médico, ela não é isenta de riscos. A complicação mais freqüente é flebite (dor e inchaço no trajeto da veia puncionada) que pode acontecer em até 5% dos casos, a depender da medicação utilizada para sedação e rinite secundária a administração de oxigênio por cânula nasal. Complicações mais sérias são raras ocorrendo em menos de 0,2% dos casos, podendo estar relacionadas ao emprego de medicamentos sedativos ou ao próprio procedimento endoscópico. As medicações utilizadas na anestesia podem provocar reações locais (flebite no local da punção venosa) e sistêmicas de natureza cardiorespiratória, incluindo depressão respiratória com diminuição na oxigenação sangüínea e alterações no ritmo cardíaco (bradicardia e taquicardia) e na pressão arterial sistêmica (hipotensão e hipertensão). Esses efeitos colaterais são constantemente monitorizados durante o exame com o uso de monitor de oxigenação sangüínea e de controle da freqüência cardíaca, estando a equipe habilitada para o tratamento imediato de qualquer uma dessas complicações. As principais complicações associadas à gastrostomia são: extravasamento de suco gástrico e/ou dieta pelo óstio da gastrostomia; inflamação do óstio da gastrostomia por irritação química (suco gástrico) e infecção do óstio com drenagem de secreção purulenta. A infeccção de óstio ocorre em 7%-20% dos pacientes, podendo ser reduzida com uso de antibioticoprofilaxia. Na ausência de celulite em expansão ou de sinais sistêmicos de infecção (febre), a infecção do óstio é tratada com a intensificação dos cuidados locais com limpeza freqüente do óstio da gastrostomia com solução de clorhexidina. Caso seja necessário, antibióticos por via oral ou intravenosa podem ser necessários. Perfuração de outras vísceras e sangramento podem ocorrer excepcionalmente, requerendo algumas vezes tratamento cirúrgico.
O que devo fazer após o procedimento ?
O paciente deverá retornar para sua acomodação hospitalar após recuperação anestésica. O tubo de gastrostomia deverá estar fixado ao orifício de inserção do gastrostomia pelo dispositivo de retenção e à pele com esparadrapo ou micropore. O jejum deve ser mantido por 04 horas. Hidratação e aporte calórico serão fornecidos por soluções intravenosas. A equipe de enfermagem realizará curativos não oclusivos periodicamente. Caso haja extravasamento de suco gástrico, secreções ou acúmulo de resíduos no orifício da gastrostomia, comunique a equipe de enfermagem. Após 04 horas de observação, será liberada dieta pelo tubo de alimentação e na ausência de intercorrências, programação de alta hospitalar. As orientações sobre manuseio e cuidados com o tubo de gastrostomia e seus acessórios e sobre alimentação por gastrostomia serão prestadas pela equipe. A tração acidental ou intencional da sonda por parte do paciente deve ser evitada, particularmente nas primeiras quatro semanas após a inserção do gastrostoma, pois pode levar ao extravasamento de secreção gástrica e/ou dieta para a cavidade abdominal, peritonite e necessidade de cirurgia. Antes da alta, orientações serão passadas ao paciente e/ou familiares.
O que é gastrostomia endoscópica ?
A gastrostomia endoscópica percutânea é um método empregado para fornecimento de dieta enteral por tubo colocado no estômago (gastrostomia) por endoscopia (via endoscópica) através da pele (implantação percutânea) para suporte nutricional adequado de pacientes que não conseguem fazer uso adequado de dieta oral por ingesta insuficiente ou por alterações anatômicas no trato gastrointestinal superior ou que necessitem fazer uso de dieta por sonda nasoenteral por tempo prolongado.
As principais indicações da gastrostomia endoscópica são os distúrbios de deglutição secundários a doença de Alzheimer, acidente vascular cerebral, neoplasias de cabeça e pescoço e neoplasia de esôfago.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.